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PolíticaIsrael

Israel/Hamas: "Negociações em Paris alcançaram progressos"

Lusa
24 de fevereiro de 2024

Negociações iniciadas na sexta-feira para uma trégua na Faixa de Gaza alcançaram progressos, noticiaram hoje os media israelitas. Gabinete de guerra de Israel se reunirá entre hoje e amanhã para discutir o assunto.

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Marcha contra o antissemitismo em Paris (foto de arquivo)
Marcha contra o antissemitismo em Paris (foto de arquivo)Foto: Claudia Greco/REUTERS

Segundo o jornal israelita Walla, que cita duas fontes próximas das negociações, a reunião realizada na sexta-feira em Paris, na qual participaram representantes de Israel, Egito e Qatar, terminou com uma nova proposta de Washington que "pode permitir avançar no sentido de negociações específicas sobre um acordo".

O jornal não avançou, no entanto, pormenores sobre o assunto.

"Foram alcançados progressos significativos", afirmou, por sua vez, o jornal israelita de língua inglesa Haaretz.

A afirmação do jornal baseia-se em fontes conhecedoras do que se passou na reunião, na qual participaram o diretor da Mossad (serviços secretos israelitas), David Barnea, o chefe do serviço de inteligência interna (Shin Bet), Ronen Bar, e representantes do exército.

Póntos discutidos

Entre os pontos que ainda precisam de ser discutidos conta-se, segundo o mesmo jornal, o número e a identidade dos prisioneiros palestinianos que serão libertados e dos reféns israelitas devolvidos.

Segundo o Haaretz, "todas as partes têm demonstrado flexibilidade", pelo que um acordo pode ser alcançado antes do Ramadão, mês sagrado muçulmano de jejum e oração, que terá início em 11 de março.

Na quinta-feira, fontes palestinianas do Cairo adiantaram à agência de notícias espanhola Efe que a cessação das hostilidades na Faixa de Gaza poderia ser alcançada nos próximos dias, já que o grupo islamita Hamas estaria disposto a fazer "certas concessões".

Os islamistas estão dispostos a cumprir seis semanas de trégua temporária, desde que as "conversações para um cessar-fogo permanente" comecem imediatamente depois, admitiu nesse dia o líder do Hamas, Mousa Abu Marzouk, numa entrevista à estação de rádio egípcia al-Ghad.

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Negociações

O primeiro-ministro do Qatar, Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, também participou nas negociações, assim como o chefe das informações de segurança egípcio, Abbas Kamel, e o chefe da CIA norte-americana, Bill Burns.

Antes da reunião multilateral, o conselheiro da Casa Branca para o Médio Oriente, que dirige as negociações sobre os reféns, Brett McGurk, visitou o Cairo e reuniu-se com o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, que lembrou que Israel prevê a "continuação de intensas operações terrestres" na Faixa de Gaza.

Por sua vez, um dos ministros do gabinete de guerra israelita, Benny Gantz, alertou também na quinta-feira que, se não for alcançado um acordo com o Hamas, Israel invadirá a cidade de Rafah em março, mês em que começa o Ramadão.

Numa conferência de imprensa no quartel-general do exército, em Telavive, Gantz disse que não será deixada "pedra sobre pedra" no esforço para libertar reféns feitos em 07 de outubro. O ministro confirmou "sinais iniciais que indicam a possibilidade de avançar" em direção a uma trégua.

Conflito

O conflito em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeado pelo ataque de 07 de outubro do movimento islamita palestiniano. Nesse dia, 1.140 pessoas foram mortas, na sua maioria civis mas também cerca de 400 militares, segundo os mais recentes números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados.

Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde 07 de outubro a Faixa de Gaza.

A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e mais de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave, controlado pelo Hamas desde 2007.

A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.

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